Ensino Fundamental

“Imaginação, admiração e criatividade - O mundo é belo”

No ensino fundamental as crianças serão preparadas para o exercício da cidadania plena e terão cultivadas nelas o espírito científico investigativo, dando significado à aprendizagem.

O Currículo do ensino fundamental é composto pelas matérias tradicionais (linguagem, história, geografia, matemática, geometria, zoologia, botânica, mineralogia, química, física, filosofia e inglês), e também pelas seguintes disciplinas: música, marcenaria, atividades artísticas, euritmia, astronomia, jardinagem, trabalhos manuais, alemão e desenho de formas, que “recebem a mesma atenção que as demais e são consideradas de igual importância para a formação das crianças e dos jovens” [1].

O ensino é realizado em módulos temáticos. As matérias são lecionadas de forma concentrada, com duração aproximada de quatro semanas. Os alunos vivenciam o mesmo assunto, com interesse e identificação, assimilando a harmonia e a riqueza de cada disciplina.

Para saber mais sobre a educação Waldorf, nossa escola e vagas para o fundamental, agende uma visita através do telefone (19) 3802-1177 ou envie uma mensagem pela nossa página de contato. Também há uma comissão do ensino fundamental formada por pais e professores que estão disponíveis para mais esclarecimentos.

Fundamental I

No primeiro ano a criança ainda está ligada ao ambiente dos contos de fadas. Através desse ambiente conhecido, que ressoa fundo na sua alma, ela entra num mundo novo cheio de novidades pelas quais anseiam: as letras, que chegam lentamente através de belas imagens; as palavras e a escrita; os números com suas qualidades; as operações matemáticas básicas a partir de elementos bem concretos, como sementes, gravetos e pedrinhas. Tudo trazido com beleza e encantamento através de narrativas que criam imagens internas nas crianças e passam pelo sentir desse ser. 

Muito movimento e brincadeiras são elementos chave nos primeiros anos da escola Waldorf. No primeiro ano, em especial,  vivenciar intensamente esses elementos é essencial para que o conteúdo curricular chegue de maneira respeitosa ao momento em que a criança vive, ainda bem imersa no mundo externo.  

Portal de flores, cerimônia de passagem dos alunos do jardim para o fundamental

O currículo do segundo ano Waldorf responde às tensões no comportamento humano com um ano de fábulas, histórias da natureza e histórias populares sobre dois temas opostos:

De um lado, histórias de santos e pessoas sagradas cuja força, coragem e compaixão representam o melhor da natureza humana. Do outro lado temos as fábulas, onde animais cujas travessuras dão lições joviais sobre o que acontece quando as pessoas se deixam levar pela preguiça, avareza, gula, avidez e outros. Auxiliar as crianças a começar a aprender que podem escolher seguir seus impulsos mais altos é o tema espiritual que permeia o segundo ano.

Na matemática revisamos a qualidade dos números e as quatro operações básicas. Realizam jogos matemáticos no ritmo da aula principal, aprendendo as tabelas de multiplicação com atividades rítmicas de contagem de múltiplos e muito movimeto para recitação das tabuadas. As crianças também  fazem cálculos mentais e resolvem probleminhas. 

Depois de ter aprendido as letras e algumas palavras no primeiro ano, as crianças  começam a ler no segundo ano. O currículo de leitura tem seu foco forte na criação de imagens mentais para as crianças ao introduzir primeiramente a palavra falada, depois a escrita, com a leitura como o último passo. Confeccionam belos cadernos de época e também escrevem, memorizam e recitam poesias.

terceiro ano traz um momento bem marcante na biografia da criança, que nesta época completa seus 9 anos. Nessa fase, a percepção do mundo ao seu redor se intensifica, e a criança começa a não se sentir mais tão ligada a esse ambiente externo, ao “todo”, o que pode trazer vivências interiores bem intensas. O currículo Waldorf vai de encontro a esse momento da criança, respondendo à necessidade dessa individualidade que vivencia cada vez mais sua consciência e seus sentimentos.

Assim, no terceiro ano as vivências e histórias levam a criança a trilhar o caminho que a própria humanidade percorreu, do nomadismo às primeiras formas de subsistência, a agricultura primitiva, o plantio dos cereais, as primeiras construções e profissões primordiais. Tudo isso alimenta a alma da criança nessa fase e traz segurança e confiança para estar nesse mundo, percebendo também a força e a importância do trabalho humano.

Nesse ano as crianças aprendem a letra cursiva, introduz-se as primeiras classes gramaticais, trabalham ainda mais a leitura e a escrita e exercitam a ortografia com mais consciência. Na matemática, inicia-se o trabalho com unidades, dezenas, centenas e milhares, as contas armadas das quatro operações e vivências de medidas com o próprio corpo.

Estamos no quarto ano! As crianças, desde o sete anos de idade, vivenciam um caminho anímico que tem seu ápice por volta dos 10 anos.  Agora a criança se coloca mais distante do mundo externo e pode vislumbrá-lo. A tônica desse ano é a síntese; a criança consegue organizar partes do mundo e dentro de si formar uma imagem coesa de um todo. 

Tudo no currículo desse ano se relaciona  com esse momento de alma: a mitologia nórdica com seus deuses, suas qualidades e imperfeições; a fração onde divido algo e tomo partes; a antropologia humana onde o corpo trimembrado forma uma unidade; a geografia onde partes do meu bairro e da minha cidade são olhadas e estudadas e a criança pode se reconhecer como um ser que habita esse espaço . 

Já na zoologia, estudamos vários animais para enfim chegar ao homem e reconhecê-lo como o único que tem os membros superiores livres para fazer o que quiser com as mãos, diferente dos animais.

Que belo é o trajeto desse currículo que pode passar pela mitologia indígena e a ocupação portuguesa, e com Pedro Vaz de Caminha aprender a importância de escrever bem. Afinal, as crianças terão agora uma caneta tinteiro! E assim escrevemos cartas para os amigos da sala e para os amigos que foram morar fora do país, aprendendo assim alguns estilos textuais.  Como todos os anos da escola Waldorf, este é um ano rico em aprendizagens, aprendizagens que passam pelo sentir, pelo querer e pelo pensar.

No quinto ano, os movimentos das crianças são graciosos e a organização da cabeça, do tronco e dos membros se encontram num equilíbrio harmonioso e são particularmente sadias.

É o ano em que associamos esse momento de alma da criança com a harmonia grega, a qual cultivava o belo e onde os homens venceram os deuses por seu processo de pensar e criar.

No decorrer do ano, os alunos vivenciam os jogos gregos como alimento para essa criança que está plena em seu corpo e que através dos jogos terá como intuito buscar o movimento mais belo que ela consegue realizar, superando suas próprias limitações.

Neste ano a criança penetra verdadeiramente na corrente da História. O professor deve caracterizar aspectos particulares de cada época da civilização, deve formar uma imagem de que a humanidade possui uma diversidade de fases culturais, uma multiplicidade de povos e culturas. É preciso que as crianças sintam que cada civilização possui algo que lhe é próprio, característico, mas que ao mesmo tempo, constitui uma contribuição para história geral da humanidade, inclusive a atual. É apropriado que o mundo da Grécia antiga se revele para essa idade de forma especial, pois nesse período as crianças são formadas a partir de um ideal de beleza grega vivenciado interiormente pela harmonia rítmica.

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Música na Escola Waldorf

O ensino de Música na Escola Waldorf tem um papel muito importante na formação da criança e é dado de uma maneira que contempla e respeita as etapas do desenvolvimento da criança.

Em cada ano escolar a música entra de uma maneira toda especial. No 1º-ano as crianças vivenciam a escala pentatônica, aprendem a tocar kantele e iniciam a flauta doce soprano.

No 3º- ano as crianças passam por uma fase de transição e mudança em seu desenvolvimento e começam a vivenciar o canto em cânone e instrumentos de cordas friccionadas (violino, viola, violoncelo, rabecas), vivenciam músicas modais.

No 4º ano a partir dessa transição e mudança de um estado de ser e estar no mundo a criança começa a cantar em duas vozes, já vivenciando a música tonal e está pronta para o início da leitura musical. Já começa a ter algumas preferências por alguns instrumentos e se dedica mais a algum instrumento escolhido, assim a partir daí estão aptos para tocar em grupos musicais menores ou ingressar na orquestra da escola. 

No 5º, 6º e 7º-ano a flauta doce contralto surge como uma ampliação no estudo da flauta doce, bem como as outras flautas da família, como a tenor e baixo, são capazes de cantar 2, 3 e até 4 vozes, vão aprendendo a ler partitura cada vez melhor, vão aprimorando a técnica nos instrumentos, a capacidade de execução instrumental em grupo, já tem uma capacidade de expressão musical e vocal grandes e no 8º- ano já conseguem a partir de tudo que aprenderam serem capazes de criar, compor músicas e aprimorar tudo o que aprenderam podendo utilizar essas capacidades em outras performances artísticas, como o teatro por exemplo. Em todos os anos é importante ressaltar que o repertório musical é cuidadosamente escolhido mediante a idade, aos temas pedagógicos da música e aos grandes temas centrais que estudam nas épocas. Festas e Estações do Ano no 1º-ano, O tempo no 2º- ano, A criação do mundo, Profissões e Construção no 3º- ano, Mitologia Nórdica e Mitologia Indígena no 4º ano, Antigas Civilizações no 5º ano, Império Romano e Américas no 6º- ano, Grandes Navegações e África no 7º- ano e o Teatro no 8º ano são alguns exemplos de inspiração para a escolha desses repertórios.

O Ensino de Línguas Estrangeiras na Escola Waldorf

Na fase escolar, as forças de imitação na criança são fortes, principalmente nas séries iniciais. Nos primeiros três anos do ensino fundamental, a criança desfruta no seu contato com as línguas estrangeiras, de uma grande experiência sensorial imediata, abrangendo movimento, melodia, rima e ritmo.
As crianças se envolvem em recitação, coral, canto e dança. Através de jogos de perguntas e quebra-cabeças já começam a captar formas gramaticais e consolidar o que eles experimentaram, para uma conscientização posterior. Ao longo de três anos, muitas crianças adquirem um vocabulário abrangente e muitas frases úteis.
As línguas estrangeiras são parte integrante do currículo Waldorf. O alemão e o inglês são as duas línguas estrangeiras ensinadas na escola, por meio de um “ensino vivo”. Em nossa escola, o inglês é ministrado a partir do primeiro ano e o alemão a partir do 2.ano. Á medida que os alunos são expostos a línguas de dois grupos linguísticos diferentes, o alemão e o inglês, eles absorvem conhecimentos da vida, de dois pontos de vista diferentes. Os alunos também adquirem a possibilidade de se comunicar com pessoas de outros países. Mais importante, no entanto, desenvolvem entendimento e apreciação por outras culturas. Mediante os sons de cada língua, os estudantes experimentam características únicas à cada cultura. Através da oralidade, seja da fala do professor, ou vivenciando em suas próprias canções e recitações, cada língua oferece uma janela, para os estudantes experimentam o mundo.
Do primeiro ao terceiro ano do ensino fundamental, as aulas consistem em trabalhos orais e registros artísticos. Desde a primeira lição no primeiro ano, os alunos são cercados pelos sons das novas línguas, pois é nessa fase da infância, que a criança está mais receptiva aos tons, ritmos e padrões de fala. Assim, é neste momento que podemos estabelecer a pronúncia mais pura e o amor genuíno pela língua estrangeira. Uma das fontes mais importantes de material, em que as crianças realmente podem experimentar o caráter de uma cultura, é o folclore alemão/inglês e músicas folclóricas. Consequentemente, as lições no primeiro ao terceiro são preenchidas com poesia, canções, trava-línguas e versos, sempre apropriadas para cada idade e ligadas aos temas trabalhados pelas professoras de classe. Os alunos criam seus próprios livros, preenchidos com desenhos a partir do conteúdo das aulas. Isso constrói uma base de experiências para a leitura e escrita da língua estrangeira no final do terceiro ano. Além disso, vários jogos adicionam movimento e vivacidade às aulas. Até o final do terceiro ano, os alunos devem identificar vários objetos em suas salas de aula, roupas e partes do corpo. Eles também devem ter um vocabulário de trabalho para cores, números e tempo.
No quarto ano, o estudo da língua torna-se mais sistemático. A gramática básica é introduzida, a ortografia se torna parte das lições, assim como o desenvolvimento de vocabulário é enfatizado. Nessa etapa da vida escolar, as crianças começam a ler e escrever nas línguas estrangeiras. O estudo no quinto ano torna-se mais complexo. O trabalho de casa agora é atribuído, e questionários são dados em sala de aula. Embora recitação, jogos e canto continuem a ser importantes, a partir sexto ano, a ênfase na gramática cresce e ganha mais espaço. O trabalho com vocabulário, leitura e trabalho escrito merecem destaque. Acontecem testes regulares, e os estudantes praticam as suas habilidades de conversação em sala de aula.

Jardinagem

A matéria de Jardinagem tem como objetivo principal criar vivências que permitam reaproximar a criança da Natureza, desenvolvendo nela um amor e veneração e trazendo o sentimento de pertencimento a grande comunidade de vida do planeta. Dentro desta matéria trabalhamos não só a Jardinagem em si, no que diz respeito ao embelezamento dos espaços físicos, ao paisagismo, mas também a Agricultura, a Permacultura e a educação ecológica. O envolvimento das crianças e jovens nas questões ambientais é fundamental para um futuro sustentável. Algumas atividades desenvolvidas pelos alunos são cultivo de horta, cereais, plantas anuais brasileiras como a mandioca, batata doce, frutíferas, atividades de compostagem, Meliponicultura, Bioconstrução, coleta de sementes e plantio de árvores, entre outras.

Marcenaria

Na Pedagogia Waldorf a Marcenaria como arte aplicada, traz para os alunos esta oportunidade de através do próprio esforço, realizar a transformação dos materiais proporcionados pela natureza. Essa persistência, esforço e dedicação permitem que eles vivenciem a criação de ferramentas com uso prático e belos enfeites. Os projetos são escolhidos pensando no momento de desenvolvimento em que se encontra a criança, para que exercitando esta vontade transformadora o trabalho auxilie em sua formação.

Trabalhos Manuais

O verso que vale para todos os processos de aprendizagem, falado nas aulas de Trabalhos Manuais do quinto ano:

‘Aprender é praticar
Praticar é repetir
Repetir é ganhar experiência
Ganhar experiência é passar por crise,
Crise é prova,
Prova é fortalecimento
Fortalecimento é liberdade
Liberdade é criar do nada
Criar do nada é transformar
Transformar é caminho
E fim ao mesmo tempo.’

A criança do Jardim de infância aprende brincando, imitando os gestos amorosos e criteriosos do adulto.

A criança em idade escolar de Ensino Fundamental exercita-se até chegar a realizar habilmente qualquer atividade manual.
Uma atividade externa pressupõe sempre uma atividade espiritual íntima.

Quanto mais aperfeiçoada for essa atividade, mais sutil será também o pensamento. Os dedos ágeis criam um pensamento ágil. Já no seu tempo, Kant afirmava que a mão era o cérebro exterior do homem.
A Pedagogia Waldorf tenta formar um pensamento vivo na criança através do hábil manejo dos dedos (entre outros: tocar flauta, jogos rítmicos de dedos, trabalhos manuais ).

As aulas de Trabalhos Manuais do primeiro ano significam uma passagem do brincar para o aprender dirigido: começando com o tricô de dedo, fazendo a passagem passo a passo até chegar no tricô de agulhas. (Agulhas feitas pelos próprios pais) terminando o ano tricotando um retângulo que é transformado em um pastorzinho que a criança leva para casa e pode compor o presépio de natal.

No segundo ano os alunos aprendem crochê, no qual a mão dominante manuseia a agulha e a outra mão auxilia. È a idade que a criança defina sua lateralidade dominante e o crochê auxilia neste processo. Primeiramente os alunos fazem o ponto corrente só com os dedos e confeccionam sua própria corda de pular. Somente agora é introduzida a agulha para facilitar o trabalho no fazer da ‘mochila’ que consiste de ponto corrente e ponto baixo. Cada rodada é feito em uma cor observando as cores escuras na parte inferior, subindo clareando as cores em degrade. Em um próximo proposta é fazer um pegador de panela a partir do centro, aumentando em torno de centro escurecendo as cores. Procura-se sempre fazer um objeto útil e belo.

No terceiro ano, o tricô volta a ser praticado, porém desta vez com dois po0ntos diferentes: ponto meia e ponto tricô. Assim o objeto ganha dois lados: o lado direito e o lado avesso. As crianças escolhem duas cores de lã merino para confeccionar a boneca, a cor mais clara em cima e cor mais escura na calça e haverá uma mescla de cores no enfeite da blusa. A boneca é feito justamente na fase da criança estar na despedida da infância, para trazer conforto e segurança. Na minha prática de professora de Trabalhos Manuais vivenciei como os meninos e meninas almejam essa boneca feita, pelas próprias mãos.

No quarto ano os alunos aprendem o bordado em ponto cruz. Os cruzamentos são importantes para esta criança de dez anos, pois auxilia no fortalecimento de sua individualidade, despertando-a para seu mundo interior. O desenho a ser bordado é planejado anteriormente e executado, no tecido de bordado (tipo Panamá), com as cores e combinações escolhido pelo aluno. Através do bordado o aluno vivencia profundamente a simetria do trabalho, os cruzamentos, a forças das cores, refinamento motora, trazendo forte consciência para os pontos dos dedos. A liberdade criativa dentro do contexto e a capacidade de fazer escolhas são fortalecidas e incentivadas.
No currículo do quinto ano o tricô volta novamente, desta vez com 5 agulhas!

Eles produzem um par de meia idêntica que servem nos próprios pés. Elaborando as meias, a criança presencia o crescimento da peça tridimensional. A possibilidade de vestir o seu próprio trabalho enquanto o faz é algo muito significativo: trazendo a consciência dos tamanhos e proporções do próprio pé, tornozelo e panturrilha. A conquista com o bordado no quarto ano foi trazer a consciência do pontos dos dedos; agora no quinto ano a consciência é trazido para os pontos dos pés, base do caminhar humano na Terra.

No sexto ano os alunos aprendem a costura de tecido, criam o animal a partir do molde extraído do próprio desenho. A persepção de cada forma particular para cada animal em relação do seu habitat é trabalhado através de pesquisas e poemas em aulas preparatórias. O tecido utilizado é de lã pura e o enchimento de lã de carneiro bruto, lavada e cardada. O processo da transformação do desenho bidimensional em um animal na tridimensionalidade é vivenciado fortemente no momento do “nascimento”, quando o tecido costurado pelo avesso é virado: o resultado do trabalho mostra-se agora no lado exterior.

O sétimo ano tem como proposta costura à mão de um par de sapatos de tecido de algodão sob medidas dos próprios pés. A costura solicita precisão e pontos firmes para unir a sola com o cabedal. No cabedal os alunos aplicam um bordado para embelezar e personalizar a parte mais nobre do sapato. O solado ganha um foro de uma manta grossa e coro por fora. Com os sapatos fabricados a próprio punho os alunos são preparados para das os passos sobre a Terra.

O Ensino Fundamental II

Por volta dos 12 anos de idade, o jovem entra num período de profundas transformações, tanto no nível físico, quanto no nível emocional e intelectual. No nível físico, a pré-puderdade tem início, caracterizando-se pela gradativa perda da harmonia corporal; os movimentos começam a se tornar angulosos e estabanados, os membros alongam-se e, ao mesmo tempo, uma grande energia e vitalidade manifestam-se, especialmente nos meninos, que precisam se livrar do excesso de forças, seja em esportes mais dinâmicos, seja em confrontos corporais entre eles ou com meninos mais velhos.
No âmbito emocional, os sentimentos tornam-se mais exacerbados, turbulentos, muitas vezes fora do controle. Tudo o que foi exercitado e desenvolvido anteriormente em termos de ordem e organização parece cair por terra. Muitos fogem de responsabilidades, relutam em crescer ou se contrapõem aos adultos, querendo enfrentá-los, desafiá-los. O lazer e os contatos sociais tornam-se mais importantes que qualquer outra coisa, e sentir que pertencem a um grupo é fundamental para eles.
A diferença entre meninos e meninas cresce cada vez mais. O comportamento das meninas oscila principalmente devido a vivências sentimentais e emocionais. Ao mesmo tempo, começa a surgir no jovem uma vontade de conquistar o mundo, uma certa vivência do próprio poder, o que dá origem a projetos mirabolantes e irrealizáveis.
É só a partir dos 12 anos que os jovens estão maduros para a compreensão, por um lado, da atuação do homem no mundo físico com sua dinâmica e mecânica, e, por outro, das relações históricas e dos impulsos que as desenvolvem, do vir a ser social. Tais impulsos são aquecidos pelos sentimentos e condensados por histórias de vida, biografias de homens que viveram os acontecimentos caracterizados. Sugere-se que o estudo de um período histórico seja feito através da vivência de personagens da época, com que o aluno facilmente se identifica e que desperta nele a possibilidade de admiração, o que já não é tão fácil de satisfazer nesta idade.
Os estados emocionais descontrolados exigem uma profunda compreensão por parte do educador. É necessário ter calma, isenção de julgamentos e leveza para lidar com as situações que se apresentam no dia-a-dia. Também é necessária uma boa dose de humor para que tudo se resolva com uma disposição positiva. A cooperação e a interação entre os professores que lidam com a mesma classe são fundamentais.
Por volta dos 13 anos, os limites são experimentados e os princípios que até então o cercavam, começam a ser cada vez mais questionados. Lutam para ligar o “velho mundo” ao “novo”, mas ainda sem metas e muita clareza para onde e como ir. Eles passam a vivenciar uma variedade de sensações e sentimentos: da negação veemente do que acontece ao medo, da apreensão ao alívio, da empolgação à aflição. É comum os adultos se assustarem muito diante de tamanhos tumultos da alma do jovem, mas muitas vezes se esquecem que mais assustados estão os próprios jovens que passam por tal processo, embora se esforcem muito para não demonstrar tais sentimentos de fragilidade e muitas vezes medo. Na verdade, é neste processo que o jovem procura buscar este novo mundo, externo e anímico, que ele começa a vivenciar de maneira nova.

Este jovem procura, no adulto, coerência, orientação e ajuda baseadas no conhecimento do mundo real. No entanto, o adulto deve saber dosar as explicações. Os próprios alunos vão demonstrando até onde conseguem chegar. Isto significa que o diálogo deve ser uma constante nas aulas, e o principal material de trabalho do professor é o que aluno apresenta como fruto de suas percepções, observações e reflexões. O professor ordena tudo isto e possibilita um avanço no conteúdo de estudo.
O jovem agora também é bastante receptivo a acordos e negociações, o que é um precioso recurso no relacionamento com o adulto. Isto o ajudará a se ir libertando da autoridade dos mais velhos e a desenvolver o respeito pela autoridade das leis.
A tarefa do educador é conduzir o jovem para a autonomia de julgamento e cuidar para que os julgamentos não sejam precipitados, enrijecendo os conceitos em desenvolvimento e levando muitas vezes a distorções e preconceitos.
Por isso, sugere-se que as descrições e apresentações dos assuntos sejam sempre muito ricas, amplas, vivas incluindo as experiências pessoais dos alunos e ativando reflexões através de perguntas abertas. Só depois de uma retrospectiva feita no dia seguinte, com acréscimo de novos aspectos derivados da abordagem do dia anterior, é que se dá espaço para que surjam ponderações baseadas nas leis de causa e efeito. Isto proporcionará o desenvolvimento do raciocínio lógico antes das conclusões e a conquista de uma maneira de pensar viva e flexível.
O estudo através de uma biografia não se restringe à simples narração da vida de alguém, mas à construção de uma imagem ampla desse ser, de forma que ele viva no interior dos jovens e o mundo seja visto a partir desta visão. Podem-se contrapor figuras tão diferentes como Pompeu e César no estudo de Roma. Sem fazer uso de julgamentos, sugere-se caracterizar as culturas com descrições detalhadas. O ensino da História, pode ser integradas as outras matérias.
Sugere-se também que os fenômenos físicos sejam descritos e que sejam feitas experiências. Há uma grande curiosidade em saber como tudo funciona, de onde tudo surge, quais os princípios gerais que regem a Terra e o que nela existe, e é nessa idade que se busca compreender a partir da razão e da lógica.
Conforme o jovem vai amadurecendo, o educador deve entender e acompanhar este complexo processo de desenvolvimento deste ser humano. Continua-se desenvolvendo o pensar causal para ajudá-lo a entender o mundo através de um raciocínio próprio e para que tenha condições de conquistar com responsabilidade sua tão almejada liberdade. Para tal, o currículo do Ensino Fundamental 2 enfatiza o exercício das habilidades do pensar vivo (observar, descrever, julgar, conceituar).
Deve-se desenvolver cada vez mais o raciocínio conceitual que procura estabelecer relações entre fatos isolados, e chegar a uma nova totalidade. A apresentação deste mostrar vivo esteja relacionado aos acontecimentos do mundo, pois neste sentido, ele estará criando uma autoridade baseada no conhecimento do mundo, auxiliando propor o desprendimento da autoridade amada que até aqui o acompanhou.
No 8°º ano finda o trabalho do professor de classe, e aí o jovem pressente que um caminho misterioso o leva para o interior. Neste sentido, o 8º ano, é um tempo de amadurecimento e de concluir o processo que se iniciou no primeiro ano escolar.

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