Durante os
meses de julho e agosto, todo ano, cai na terra uma chuva de meteoritos. Dos
meteoritos se desprende o ferro, que se liga o enxofre, purifica o ar e limpa a
atmosfera terrestre. Além disso, os meteoritos impregnam a atmosfera e as águas
de finas partículas de ferro, que são absorvidas pelas plantas e que consumimos
como alimento.

Esta também é
a época de São Micael. São Micael é um símbolo de coragem, de resistência, de
força de ferro a enfrentar o dragão. Se é dada as crianças a oportunidade de
vivenciarem histórias e canções inspiradas em sua força e coragem, lhe será
possível não só absorver o ferro cósmico como tomar São Micael como exemplo
para enfrentar e vencer os dragões que possam surgir em suas vidas

Desde os
princípios da humanidade houve esta luta entre o Bem e o Mal, entre Luz e
Trevas – não somente fora do homem, no seu ambiente, mas principalmente dentro
do próprio homem.

Se tomarmos
Micael como exemplo, nos tornaremos guerreiros. Mas Micael, muito mais que um
guerreiro valente, nos traz uma nova perspectiva: a da consciência . Porque
vivemos numa época extremamente materialista e difícil, precisamos saber exatamente
contra o que estamos lutando, com que “armas” e para quê.

Se a imagem de
Micael ou cavaleiros inspirados por ele nos falam da coragem, da fé e do agir
consciente, devemos agora pensar o que nos fala a imagem do dragão. Aonde
encontramos os “dragões” modernos? Seria muito inocente pensar somente em Bem e
Mal, puros e personalizados. A nossa questão vai mais longe: os  “dragões” estão a toda parte, dentro e fora
do homem. Enquanto fora, podemos encontrá-los nas relações competitivas, na
falta de tempo, nas discriminações sociais e raciais, no dinheiro que tudo
compra, no trabalho desvalorizado e em tudo que torna o homem um ser pequeno e
sem vontade própria.

Dentro do
homem vivem “dragões” que nem sempre se manifestam claramente, mas que existem:
são o egoísmo, o orgulho, o pretencionismo, a ganância, o medo, a hipocrisia, a
sordidez e tudo mais que desqualifica a alma humana, distanciando-a da Grandeza
de Deus.

Lutar com
estes “dragões” é, por assim dizer, a tarefa do homem moderno. Rudolf Steiner
disse que para a “época da consciência” (época em que vivemos) não se deve
pensar em matar o dragão, o que significa aniquilar os problemas ou afastá-los
ou fingir que não existem; é preciso dominá-lo, subjugá-lo a nossa vontade,
porque o homem é possuidor da Vontade, e só na medida em que ele souber fazer
uso dela é que poderá crescer espiritualmente.

Assim podemos
ver que todas essas histórias de dragão, São Micael, príncipes e princesas não
são somente para as crianças, elas têm muito a dizer aos adultos, que precisam
reaprender a ter coragem e fé nos desígnios celestes

E porque é tão
importante falar disto às crianças? Porque, assim através das imagens estaremos
alimentando suas almas com conteúdos que lhe darão forças para enfrentar o
mundo presente. O adulto não é capaz de dar respostas a tudo o que acontece
(pelo menos respostas que atinem com as perguntas das crianças), mas ele
precisa de alguma forma fazer crer que em algum lugar as respostas
existem;  que o homem , afinal não é só
um ser pensante e andarilho, mas que há grandeza e sabedoria em tudo o que diz
respeito ao homem.

Assim
cultivando a serenidade, a coragem, a confiança e a fé, certamente colheremos
melhores frutos no futuro.

É claro que os
aspectos considerados NÃO são levados dessa forma às crianças. A coragem é
trabalhada e fortalecida na criança através de contos de fadas, músicas versos
e brincadeiras adequados a cada faixa etária. Como exemplo temos:

– contos de fadas
sobre príncipes corajosos e justos, histórias com heróis que conseguem vencer o
dragão. (como “A Princesa do Castelo em Chamas”, “João de Ferro”, “A Bola de
Cristal” e “A Bela Adormecida” dos Irmãos Grimm);

– brincadeiras que
requerem o exercício da força física e da coragem, como cordas, pontes e
equilíbrio

– a espada (de
madeira) que representa a bravura, valentia e força. É importante resgatar o
significado simbólico da espada, que vai muito além da imagem de instrumento de
violência, difundida pelos desenhos de super-heróis. A espada é a arma do
cavaleiro, defensor da luz contra as trevas. Era considerada na Idade Média um
símbolo do espírito ou da palavra de Deus e recebia até mesmo nomes próprios,
como a espada do Rei Arthur, chamada de Excalibur.

– a vivência do
plantio de sementes, acompanhando sua coragem de sair da terra em busca do sol
para poder crescer.

– músicas e versos
pedindo a Micael a coragem para trilhar o caminho da liberdade e do amor.

-E para crianças
maiores acima de 7 anos:

– jogos de coragem e
desafio.

– versos, lendas e
histórias que falam de Micael, São Jorge, Joana D´Arc e outros representantes
do impulso micaélico.

– “As bodas do filho
do Rei” – Histórias para as festas do Ano – Irene Johanson

– “São Jorge e o
dragão” – Lenda Santa, coletânea de Karin Stash

– “A espada de luz”
– Christiane Kutik, coletânea de Karin Stash.

 

Fontes: Publicação Cotovia ano I no. 3 agosto/2006; e  site www.festascristãs.com.br