Tudo começa sentindo o vento suave acariciando o rosto. Idealizamos a pipa, as cores, o tamanho, o modelo, a envergadura e já a vemos voando pelo céu.
Então escolhemos o papel, cortamos e lixamos as varetas de bambu e com linha e cola nas mãos começamos a moldá-la com cuidado e delicadeza porque ela deve ser firme mas precisa de leveza para subir alto e voar longe no céu.
Tudo começa segurando aquele minúsculo corpinho ainda mole e frágil e com olhinhos sonolentos, buscando identificar traços familiares naquela carinha rosada e inchada que acabou de chegar ao mundo.
Então escolhemos as melhores fraldas, as melhores escolas, passamos noites acordados ninando, medindo febre, fazendo compressas e também somos muito solicitados para enfrentar monstros e lobos maus que se escondem no quarto.
E vivemos dias exaustivos lutando como príncipes e reis, rolando pelo tapete da sala e fazendo guerra de almofadas, pedalando nossas bicicletas até o infinito que fica lá no fim da rua, consertando rodinhas de carros super velozes, lendo estórias de princesas, sereias e heróis, e tomando chazinho de água em xícaras minúsculas de plástico rosa. Ainda encontramos tempo para trabalhar muito porque queremos prover o melhor.
Assim nos divertindo e convivendo dia a dia vamos ensinando como somos, pelos nossos exemplos eles vão aprendendo justiça, lealdade, amor, retidão de caráter, perdão, coragem e vão se moldando porque precisam ser firmes, mas não podem perder a leveza.
E um dia chega em que darão altos vôos cuidando de suas próprias vidas, mas a nossa ligação sempre existirá e quando um precisar do outro é só recolher a linha que estaremos juntos novamente.

Meus parabéns a estes pais super-herois!
Adriana