Por Pilar Tetilla Manzano Borba(*)

“A função biológica do sono é, entre outras, de reparar, regenerar, revigorar o organismo do desgaste ocorrido durante seu estado de vigília. Estar acordado significa gastar grande parte do sistema neuro-sensorial, responsável pelo uso dos órgãos dos sentidos, por  nos movermos e nos equilibrarmos enquanto acordados. Quanto mais usarmos nossa consciência com um pensar somente intelectual, materialista, calculista, mais desvitalizados ficaremos. Porém, se soubermos usar nosso pensar de maneira viva, isto é, com nosso Eu sempre presente e a alma estando ativa nos seus três âmbitos (do agir, do sentir e do pensar), esse estar acordado não se desvitalizar-se-á tanto e à noite ainda teremos um tempinho para a leitura de um bom verso ou de um conto de fadas.

Toda vez que acordamos se inicia o processo de desgaste do corpo físico e vital porque usamos a todo tempo esses corpos, para sentir e perceber e atuar nesse mundo sensorial em que vivemos.

O sono revitaliza o que foi desvitalizado em vigília. Durante o sono o corpo das emoções e o Eu se separam do corpo vital e físico e ‘vão beber na fonte cósmica’ o ‘alimento espiritual’ que dependendo de como foi o trabalho do indivíduo durante sua vigília, será tanto mais profundo e maior quanto melhores foram suas ações, sentimentos e pensamentos. Dessa maneira o corpo astral e o Eu trarão para o dia seguinte ao acordarmos uma boa ‘provisão alimentar’ para mais um dia.

Quanto mais ‘acordados’e  conscientes estivermos em nossos atos (ter o Eu presente em todos os momentos, estar centrado), mais profundo e reparador será o sono. Portanto para se dormir bem há de se ter vivido um dia também voltado para o que é essencial e se despojar daquilo que é somente acessório e supérfluo. Entendendo esse bem como viver em consonância com as verdades espirituais, com as leis cósmicas que formaram esse ser humano, e também cultivando a moralidade nos três âmbitos da alma.

Sendo o Homem um ser dos dois mundos (do dia e da noite), é preciso que haja um equilíbrio entre as horas  passadas em estado de vigília e as horas passadas em estado de sono e isso, depende da idade e da necessidade de cada indivíduo.”

(*) Pilar é Terapeuta Ocupacional

Pedagoga Waldorf

Pós-graduada em Antroposofia na Saúde pela UNISO

Professora no curso de fundamentação em pedagogia Waldorf

Orienta berçários, creches, maternais e jardins de infância

 pilarborba@gmail.com