(…) ” A Semana Santa com seus acontecimentos nos revela o caminho do auto desenvolvimento do EU humano. Desde o Domingo de Ramos, numa imagem de humildade, somos levados pelas demais imagens dos dias seguintes da via sacra, a nos orientarmos para aquilo que se faz necessário transformar em nossas vidas para encontrarmos o impulso crístico e com ele trilharmos no caminho do meio, sem cairmos nas polaridades.

Na sexta-feira Santa, se dá o mistério do Gólgota, Cristo desaparece para dentro da Terra, vivificando-a com seu corpo e sangue. Passados duas noites e um dia, depois de ter se unido à morte, Ele reaparece no Domingo da Páscoa e trabalha junto a seus discípulos durante outros 40 dias, vindo a desaparecer novamente, só que agora para fora da Terra, na Ascensão. Com isso, depois de se aguardar mais 10 dias e 10 noites, tornou-se possível a descida do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, nas línguas de fogo sobre a cabeça dos apóstolos – o germe do Eu humano são.

Mas o que representa de fato, então a idéia da Ressurreição?

A Entidade do Cristo desceu das alturas espirituais, submergiu no corpo de Jesus, viveu na Terra no corpo de Jesus, e com isso de certa forma trouxe as forças do mundo espiritual para dentro da esfera da Terra. Desde o mistério do Gólgata então suas forças passaram a estar unidas com as forças da evolução da humanidade. Depois da Ressurreição o Cristo se uniu com os homens, não vivendo mais apenas nas alturas cósmicas, mas vivendo também na existência terrestre, no Eu humano. ”

Fonte: texto de Marisa Clausen Vieira – extraído do folheto Colibri Ano XVIII – boletim da Escola Waldorf Anabá 2008